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Amplamente reconhecido como um importante problema de saúde pública, associado a sofrimento individual e interpessoal, a somatização continua a ser um problema não resolvido pela medicina. Talvez porque teime em habitar nas suas margens e desafie soluções que a medicina não possui, entre outras razões plausíveis. É uma região clínica largamente ignorada, na presunção fatalista de que os doentes, que “não estão doentes”, devem conviver tranquilos com o padrão sintomático que os caracteriza. Daí que a somatização constitua uma repetida fonte de insatisfação para o doente e uma experiência frustrante para o médico, dadas as dificuldades que caracterizam a relação entre ambos e a ineficácia habitual das intervenções terapêuticas. O silêncio tácito da somatização na prática clínica é todos os dias rompido por este ruído descontente, nos Cuidados Primários e no Hospital Geral. É um silêncio sobretudo alimentado por uma orientação médica demasiado convencional, proferindo que os doentes “não têm nada”. Ora, uma das principais assunções deste livro pode resumir-se
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